SUSPEITA POLICIAL NA EXECUÇÃO DA POLÍTICA DE DROGAS: QUEM CORRE O RISCO DE SER ALVO NA ABORDAGEM NO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO?
Palavras-chave:
Drogas, Policial Militar, Discricionariedade, SeletividadeResumo
O presente artigo tem por objetivo apurar, dentro da perspectiva da execução e aplicação da política de drogas nas cidades de Paulo Afonso-BA e Delmiro Gouveia-AL, a seletividade e a discricionariedade exercida pelos policiais militares, que são os primeiros servidores que a pessoa abordada tem contato. A partir dessa apuração, visa-se mostrar as consequências existentes provenientes dessa “livre escolha” do policial, caracterizar o perfil predominante que é alvo dessas abordagens, analisar a legitimidade provida do Estado a esses profissionais, bem como refletir sobre a necessidade e a importância da dispensa de critérios que classifiquem essa atividade policial para promover a igualdade no tocante aos sujeitos que serão abordados no cenário da política de drogas. A metodologia utilizada foi a coleta e análise quantitativas e qualitativas de dados dos processos de drogas nas comarcas das referidas cidades visando mostrar ao leitor a realidade no que tange ao perfil do alvo na suspeita, a legitimidade da própria sociedade e os critérios silenciados que levam a esses fatos.
