GÊNERO, CULTURA E EDUCAÇÃO: Um olhar para os/as formandos/as em Pedagogia na Periferia de São Paulo.

Autores

  • Renata Gonçalves Tavano
  • Vinicius Tavano

Palavras-chave:

Formação docente, Pedagogia, Gênero

Resumo

O presente trabalho promove uma análise sobre o perfil dos/as formandos/as do curso de Licenciatura em Pedagogia de uma faculdade privada de baixo custo localizada na periferia da cidade de São Paulo entre os anos de 2016 e 2017. Foram analisados 120 casos a partir de questionários diagnósticos respondidos espontaneamente pelos/as estudantes. Os resultados além de convergir com os diversos estudos produzidos na área de educação, que apontam sobre a maciça presença de indivíduos do gênero feminino, com uma renda média que não ultrapassa os dois salários mínimos; trazem outros dados cujas pesquisas ainda merecem maiores aprofundamentos. Nossa pesquisa identificou diversas peculiaridades sobre o perfil apurado, como por exemplo, a idade tardia dos formandos, 38 anos em média, enquanto a média dos estudantes no curso pelo Brasil varia de 20 a 29 anos, os motivos que levaram à escolha do magistério, tendo com um número significativo de respostas o item “busca por um curso ao qual conseguiriam acompanhar”, enquanto em outras pesquisas a maior motivação é o aprimoramento pessoal e/ ou profissional. Analisamos também outras características que podem contribuir para o padrão de qualidade do processo formativo do/a discente, como exemplo o acumulo de funções do alunado, uma vez que a grande maioria dos/as consultados/as registrou que possui atividade profissional, tem filhos, contribui na administração do lar, residindo em lares com muitos outros indivíduos, em residências que na grande maioria dos casos não possuem espaços organizados próprios para os estudos. A pesquisa também apurou alguns aspectos culturais dos/as envolvidos/as, como o grau de envolvimento com a rotina de leitura, a participação em atividades artísticas/culturais, movimentos religiosos, estudantis. Nossa pesquisa mostrou que há um fator positivo em oferecer as licenciaturas a baixo custo nas regiões periféricas de uma grande cidade como São Paulo, pois o acesso ao curso possibilitou o retorno aos estudos de um grupo formado, sobretudo, por mulheres adultas e pobres, que em sua maioria estavam excluídas do processo de busca por uma profissionalização, criando novas oportunidades para um grupo que em certo sentido estava marginalizado.

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Publicado

01.01.2020