DA LIRA À PALAVRA SENSITVA - Poemas audiovisuais de Arnaldo Antune
Palavras-chave:
Arnaldo Antunes, Imanência poética-audiovisual, Movimento, Tradição, VozResumo
Utilizando a voz ritmada e a palavra como manancial a ser explorado, Arnaldo Antunes utiliza-se de algo simples e tradicional para buscar, com sua poética, a autenticidade, originalidade e genuinidade necessária para inovar. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivos interpretar e discutir o modo como Arnaldo Antunes vale-se de elementos básicos e tradicionais para renovar a poesia ao realizar uma passagem para o meio digital, tornando seus poemas audiovisuais. Para tanto, estudos como o de Aristóteles (2008), Staiger (1969), Langer (2011) e Paz (1982), são, a priori, fundamentais, de vez que esses teóricos traçam, dadas as particularidades de pensamento, uma concepção de arte literária; no que se refere à renovação, valer-nos-emos dos próprios poemas de Arnaldo Antunes, pois eles são criados a partir de uma teoria que lhes são inerentes. Os poemas audiovisuais selecionados foram publicados no instagram do autor. Qualificamo-los como “audiovisuais” porque são, antes de tudo, criados para serem expostos em um meio digital (e a análise estilística nos auxiliará). Desta maneira, a forma como são lidos pelo autor, alinhavada à forma como são transcritos na “tela”, valendo-se tanto da espacialidade quanto do movimento que pode ser (re)produzido, gerando uma visualidade plena de sentidos e um “canto” emanado pela leitura, além de conservar características já canonizadas pela tradição, é o modo pelo qual Arnaldo Antunes inova. Ademais, explicitamos que a imanência poética-audiovisual de Arnaldo Antunes sobrevém, antes de tudo, pela importância dada à palavra em seus infindos sentidos e caminhos abertos por esse único horizonte.