ANÁLISE DA VARIAÇÃO MORFOSSINTÁTICA NO PORTUGUÊS BRASILEIRO À LUZ DA SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA: Uma experiência de ensino com alunos da Bahia e de Sergipe

Autores

  • José Batista de Souza
  • Manoel Rodrigues de Abreu Matos
  • Nice Vânia Machado Rodrigues Valadares

Palavras-chave:

Heterogeneidade linguística, Língua, Português brasileiro, Variação linguística, Sociolinguística

Resumo

Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sociolinguística aplicada em turmas de Ensino Fundamental II, com base nos pressupostos da Sociolinguística Variacionista. Trata-se de um trabalho originado de uma pesquisa realizada durante o Mestrado Profissional em Letras, na disciplina Gramática, Variação e Ensino. O objetivo do trabalho foi compreender alguns fenômenos morfossintáticos, tais como a pronominalização, a relativização e a regência dos verbos ir e chegar em textos produzidos por alunos de 6º ao 9º anos. A metodologia aplicada consistiu na análise de uma produção textual dos referidos alunos. Foram investigadas 80 produções de alunos de 3 cidades. Tal análise foi realizada com base na obra Português ou Brasileiro? um convite à pesquisa, de Marcos Bagno. A partir da análise, os resultados demonstraram que, em relação à pronominalização, prevalece o uso do pronome reto de 3ª pessoa do singular (ele/ela). Quanto à relativização, há uma porcentagem semelhante das ocorrências da relativa copiadora e da relativa cortadora. Em relação à regência do verbo “ir”, grande parte dos estudantes o usa com a preposição para [+ permanência], em detrimento de a [- permanência]. No tocante à regência do verbo “chegar”, houve poucas ocorrências, e estas mostraram que este verbo ocorre com maior frequência junto com a preposição em (chegar em) [- padrão], do que com a preposição a (chegar a) [+ padrão]. Assim, com base nos dados coletados, a principal conclusão a que se chega é que a variação linguística é algo que faz parte da língua e que, portanto, deve ser aceita.

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Publicado

01.05.2021