JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE E PARTICIPAÇÃO SOCIAL: UMA ANÁLISE DA INTERVENÇÃO DO INSTITUTO DO AMICUS CURIAE NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE PELOS PLANOS DE SAÚDE

Autores

Palavras-chave:

Amicus curiae, Judicialização da saúde, Medicamentos, Superior Tribunal de Justiça, Supremo Tribunal Federal

Resumo

O objetivo do presente estudo visa analisar a atuação do amicus curiae nas decisões que tratam sobre a judicialização da saúde, particularmente, no tocante à assistência à saúde. Para tanto, a fim de delimitar a pesquisa, foram investigados os seguintes julgados: Recurso Extraordinário 597.064/RJ, Embargos de Divergência em Recurso Especial (EREsp) 1.809.486/SP e Embargos de Divergência em Recurso Especial (EREsp) 1889704, cujo objeto das ações, sintetizadamente, reportam-se à interpretação das normas as quais disciplinam a cooperação de assistência à saúde pelos planos de saúde. Calcados no artigo 199, da Carta da República de 1988, que estabelece a livre iniciativa para a esfera privada cooperar com o dever de o Estado em fornecer saúde à população, discutiu-se na via judiciária o teor de suas obrigações. Observa-se que no RE nº 597.064/RJ, discorreu-se sobre a interpretação do texto estabelecido pelo artigo 32 da Lei 9.656/98, o qual prevê o ressarcimento ao SUS dos atendimentos realizados pela rede, trazendo à baila a pertinência do ressarcimento.  Quanto aos EREsp 1.809.486/SP e EREsp 1889704, debateu-se sobre o rol da Agência Nacional de Saúde (ANS) ser compreendido como taxativo ou exemplificativo. Por conta de tais decisões versarem sobre direito constitucional de alta relevância social e notoriedade, busca-se a resposta para o problema aqui instalado: nos julgados supramencionados, teve-se a presença de amicus curiae com o condão de legitimar e democratizar os debates sobre a judicialização da saúde? Nesse passo, o método de abordagem utilizado é o dedutivo, a técnica de pesquisa é a bibliográfica e jurisprudencial e o procedimento é o analítico. Por fim, conclui-se que somente no RE 597.064/RJ houve a participação do instituto, porém, nessa ação, ocorreu apenas uma legitimação formal do instituto, o que faz discutir o seu papel na democratização da jurisdição e na concretização do direito fundamental à saúde.

Biografia do Autor

Luiz Henrique Delazeri, Universidade de Santa Cruz do Sul

Advogado. Mestrando no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direitos Sociais e Políticas Públicas da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, na linha de pesquisa: Constitucionalismo Contemporâneo. Pós-Graduado em Direito e Processo do Trabalho na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Membro do Grupo de Pesquisa "Jurisdição Constitucional aberta: uma proposta de discussão da legitimidade e dos limites da jurisdição constitucional - instrumentos teóricos e práticos", coordenado pela professora Pós-Dr.ª Mônia Clarissa Hennig Leal. Lattes: http://lattes.cnpq.br/7527690290273591. Email: luizhenriquedelazeri@hotmail.com.

Rosana Helena Maas, Universidade de Santa Cruz do Sul

Graduada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (2009), Mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (2011), Doutora em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (2016), com doutorado sanduíche pela Ernst-Moritz-Arndt-Universität Greifswald, Rechts – und Staatswissenschaftliche Fakultät, Alemanha (2016) e pós-doutorado pela Paris Lodron Universität Salzburg, Áustria (2018). Está realizando estágio pós-doutoral junto ao Programa de Pós-Graduação em Direito - Mestrado e Doutorado da Universidade de Santa Cruz do Sul, RS, sob orientação da Profa. Pós-Dra. Mônia Clarissa Hennig Leal. Professora da Graduação e da Pós-Graduação em Direito – Mestrado e Doutorado da Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. Integrante do grupo de estudos “Jurisdição Constitucional aberta” (CNPQ). Coordenadora do projeto de pesquisa “A judicialização da saúde e sua incidência na proteção de grupos em situação de vulnerabilidade: análise dos aspectos relacionados à vulnerabilidade na garantia do direito social à saúde nas decisões do STF e da Corte IDH”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul - FAPERGS (Auxílio Recém-Doutor – ARD – Edital 10/2020 – Termo de Outorga 21/2551-0000637-4). Autora de livros e artigos publicados no Brasil e no exterior. Lattes: http://lattes.cnpq.br/2204113976797800. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-9930-309X.

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Publicado

01.05.2024