A INTERVENÇÃO PSICANALÍTICA A TEMPO EM BEBÊ COM RISCO DE AUTISMO: Um estudo clínico comparativo

Autores

  • Gleci Mar Machado de Lima
  • Luiza Bradley Alves de Araújo
  • Luiz Felipe Oliveira de Andrade

Palavras-chave:

Autismo, Bebê, Corpo, Psicanálise, Sujeito

Resumo

Este artigo analisa a questão e o alcance da intervenção psicanalítica em bebê com risco de autismo. O assunto traz a relação mãe/bebê à tona, com informações de diferentes campos de estudo e trabalho com bebês. Estabelecemos um percurso por diferentes teóricos pesquisadores além do embasamento de Freud e Lacan – Ferreira, Bergés e principalmente Laznik e Jerusalinsky, de quem tomaremos a cada um, um caso clínico. Tomaremos a noção de sujeito da psicanálise e o aporte de diferentes pesquisas científicas e clínicas para entendermos essa noção de risco para autismo. O terceiro tempo do circuito pulsional encontrado em Freud por Laznik ganha todo seu relevo, pois sem essa forma de se endereçar ao outro, fazendo-se olhar, mexer, comer por ele, não encontramos o prazer compartilhado e o autismo pode ser considerado instalado. Constatamos que é através da articulação entre o saber obtido pelas disciplinas que se ocupam de bebês nesta faixa etária com problemas na constituição e no laço com o outro, bem como através do não-saber particular a cada criança e família acompanhada que podemos encontrar a direção clínica para tornar-se sujeito. Como metodologia, escolhemos o estudo de caso clínico: um caso de bebê que chega a tratamento bastante jovem e é tratado por equipe transdisciplinar, apresentado por Marie Christhine Laznik e outro caso que chega com idade de dois anos já, apenas para terapia psicanalítica, apresentado por Alfredo Jerusalinsky. A partir do estudo desses casos, escolhidos para comparação de efeitos clínicos, confrontados a nossa própria escuta e experiência, procuramos responder e comentar a questão da direção de tratamento para os bebês em risco de autismo que chegam em diferentes momentos subjetivos. É possível que as crianças que nos chegam mais velhas, com algum traço autístico, não correspondam mais a uma estrutura que falhou no fechamento do circuito pulsional, conforme a conceituação de Laznik para definição de autismo.

Downloads

Publicado

01.03.2023