É POSSÍVEL PENSAR EM SOFT SKILLS NAS PRÁTICAS JURÍDICAS? Resiliência e empatia como apostas

Resumo

Em um contexto de flagrante complexidade dos fenômenos que abarcam os conflitos humanos, faz-se mais do que necessário considerar e aprofundar discussões a respeito de práticas jurídicas complexas que ultrapassem a lógica do positivismo jurídico. Quando o afeto encontra o Direito, a experiência e também os números alarmantes da judicialização no Brasil mostram que cada conflito tem as suas peculiaridades que, quando não satisfeitas, retornam ao judiciário, se retroalimentando. Por isso, o objetivo desse trabalho é debater e sugerir práticas jurídicas que considerem a importância das habilidades relacionais – soft skills – sobretudo, a resiliência e a empatia, como uma aposta. Isso é feito a partir da consideração de um novo paradigma emergente na Ciência e no Direito – o paradigma sistêmico e complexo. O método de abordagem aqui utilizado é a narrativa autobiográfica que leva em consideração as experiências e posições subjetivas das autoras implicadas na tessitura do texto, com a utilização de materiais biográficos secundários, quais sejam, artigos e livros. As conclusões apontaram para a possibilidade da atuação dos juristas como tutores de resiliência no processo de retomada do desenvolvimento, já que as condições afetivas da resiliência são especialmente estimuladas pelos vínculos desenvolvidos no entorno.